sábado, 29 de maio de 2010

A Companhia Mate Laranjeira no atual Mato Grosso Do Sul

É preciso ressaltar que a parte sul do atual Mato Grosso do Sul fazia parte de uma vasta área correspondente à porção central da Bacia Platina, onde se encontrava em abundância a árvore da erva-mate.
As primeiras atividades econômicas praticadas no território sul-mato-grossense estavam relacionadas com a pecuária e com a exploração da erva-mate e que as mesmas ocorreram em aproveitamento de recursos naturais disponíveis.

                O hábito de usar as folhas dessa árvore como bebida já eram estabelecidas entre as populações nativas que ali viviam, os índios.

O hábito de consumir a bebida das folhas da erva mate passa a se estabelecer entre os conquistadores europeus que chegaram a região e com isso inicia-se um mercado consumidor, inicialmente abastecido pela produção do Paraguai, e mais tarde no século XIX também pela produção brasileira.



A efetiva exploração inicia-se a partir do momento em que o produto começa a escoar pelo Rio Paraguai através da abertura de navegação brasileira na década de 1850 quando a região ganhou fácil acesso ao principal consumidor do produto que era a Argentina.
As primeiras concessões de terras para a exploração se deram nos anos de 1882, para um empresário chamado Tomás de Laranjeira. Esse período foi logo após a guerra do Paraguai.
Na década de 1890, o estado de Mato Grosso passou a ter uma de suas atividades econômicas mais lucrativas, considerando a exploração da Erva mate.
A Companhia Matte Laranjeira obteve a maior área arrendada, tendo ultrapassado os 5.000.000 ha, tornando-se um dos maiores arrendamentos de terras em todo o Brasil para um grupo particular.
A empresa chegou a mobilizar milhares de trabalhadores, dentre os quais a maioria era constituída pelos mineros, ou seja, aqueles empregados que trabalhavam na coleta da erva, constituídos por índios e em sua maioria por paraguaios, que migravam ou eram recrutados do interior do Paraguai.




O declínio da atividade ervateira se deu a partir década de 1930, influenciado pela autossuficiência da Argentina na produção do produto e com isso não precisando mais importá-lo e também pela criação da politica de povoamento “Marcha para o Oeste” do governo Vargas.
Com o final do “ciclo” da erva mate, o cultivo de outros produtos ganha impulso na região fronteiriça: café, maconha, açúcar, madeira, agricultura e criação mecanizada de gado.



Tanto no Paraguai como no Brasil, as grandes empresas de exploração de recursos naturais como no caso da erva-mate, instaladas dentro do território sul matogrossense, apesar da eventual exploração da mão-de-obra indígena e paraguaia, acabam sendo fator de resguardo de grande parte deste mesmo território, por impedirem a instalação de outros projetos de colonização, que poriam em risco seu monopólio. A atuação destas empresas, pelo fato de não terem um “projeto civilizatório teve um impacto menos destruidor sobre estas comunidades.

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